Entenda o que acontece no corpo de quem sofre com o Transtorno de Pânico. Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar?

A crise de pânico é caracterizada por episódios abruptos de medo intenso e sintomas físicos avassaladores, tais como palpitações, sudorese, tremores e sensações de asfixia. Recentemente, estudos em neuropsicologia têm destacado a relevância dos mecanismos neuroimunes e interoceptivos na patofisiologia do transtorno de pânico (TP), proporcionando um caminho para abordagens de tratamento mais eficazes como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

Neurofisiologia do Pânico

Os estudos sugerem que a sensibilidade aumentada à desregulação interna do corpo, conhecida como interocepção, desempenha um papel central na iniciação das crises de pânico. Especificamente, desequilíbrios homeostáticos que ameaçam a estabilidade interna do corpo podem ativar respostas de pânico. Experimentos demonstraram que a inalação de CO₂, por exemplo, pode desencadear tais respostas, evidenciando uma ligação direta entre as perturbações homeostáticas e a experiência do pânico

Tratamento com Terapia Cognitivo-Comportamental

A TCC tem se mostrado eficaz no tratamento do TP, enfocando a reestruturação de pensamentos catastróficos e a exposição gradual a situações temidas para reduzir a evitação comportamental. Essa terapia ajuda os pacientes a modificar suas percepções e reações às sensações físicas intensas experimentadas durante um ataque de pânico, ensinando-os a gerenciar melhor a ansiedade e a prevenir futuros episódios. Estudos comparativos também apontam para a eficácia de diferentes formatos de entrega da TCC, incluindo tratamentos individuais e em grupo, e modalidades online. Essas modalidades têm se mostrado eficientes sem perder a eficácia, ampliando o acesso ao tratamento para pacientes que enfrentam dificuldades em procurar terapia presencial

Conclusão

Entender a neurofisiologia das crises de pânico é crucial para desenvolver tratamentos eficazes. A TCC, adaptada para abordar as especificidades neuropsicológicas e cognitivas do TP, continua a ser uma das principais abordagens terapêuticas, oferecendo aos pacientes estratégias concretas para lidar com os sintomas e reduzir significativamente a frequência e intensidade dos ataques de pânico.

Referências:

1. Artigo sobre a relação entre interocepção e transtorno de pânico, disponível em Frontiers in Psychiatry

2. Estudo sobre tratamento de transtorno de pânico com terapia cognitivo-comportamental, disponível em Psychological Medicine.

3. Revisão sobre formatos de entrega da TCC para transtorno de pânico, disponível em BMC Psychiatry.








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